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Biden assume responsabilidade por perseguição a haitianos na fronteira: “ultrajante”

Joe Biden ficou em silêncio durante toda a semana sobre a última crise enfrentada por seu Governo. Quem falou foi a vice-presidente, Kamala Harris, que disse ter ficado comovida com as imagens “horríveis” das perseguições e capturas de imigrantes haitianos que cruzaram o território do México para o Texas, o que levou o departamento de Segurança Interna a anunciar uma investigação. No entanto, o presidente dos Estados Unidos havia optado pelo silêncio. Só na manhã desta sexta-feira (24), na Casa Branca, depois de se pronunciar sobre a resposta do Governo ao coronavírus, o democrata colocou em cena um discurso contundente que não havia demonstrado antes e afirmou que “haverá consequências” para os responsáveis.

“Ver pessas tratadas dessa maneira, quase atropeladas por cavalos, amarradas. Foi ultrajante. Prometo que pagarão por isso”, disse o presidente. Um repórter perguntou se Biden estava se responsabilizando pelo ocorrido. E o presidente respondeu, de forma afirmativa e enfática: “Claro que sou o responsável, sou o presidente”, lembrou. Foi então que o democrata acrescentou que a situação já estava sendo investigada e enfatizou que haveria consequências.

Para Biden, a palavra ‘vergonha’ não foi suficiente para designar o ocorrido. “Vai além da vergonha”, especificou o democrata. “É perigoso”, disse. “Está errado”, acrescentou. “Envia a mensagem errada ao mundo e ao nosso país”, continuou. “Simplesmente, não é o que somos”, concluiu.

O acampamento de imigrantes que se formou sob a ponte entre Del Río, na margem do Rio Grande do lado dos EUA, e Ciudad Acuña, no México, foi desmontado nesta sexta-feira. Duas máquinas com pás varrem o terreno onde chegaram a se instalar quase 15.000 imigrantes, na maioria haitianos, a caminho dos Estados Unidos; muitos começaram a ser deportados no domingo, após dormirem lá por dias. Os que tiveram sorte, tinham tendas de tecido ou abrigos improvisados com galhos e palha. Entre eles, voava terra.

Comida e água, segundo os migrantes, são bens escassos, enquanto mulheres davam à luz sobre papelão. O medo de serem deportados para um país de onde partiram anos atrás deteve muitos em sua jornada rumo aosEstados Unidos. E as imagens de agentes dos EUA usando cavalos para pegar pessoas, agarrando-as pelas roupas e jogando os animais contra elas, fizeram com que muitos retrocedessem.

Depois do fim de semana, dezenas cruzaram de volta para o México, para outro acampamento improvisado. Com água até o torso, com crianças nos braços, com sacolas, como podiam. Outro caminhão agora borrifa água no terreno sob a ponte para assentar a terra. As temperaturas ultrapassaram os 35 graus durante a semana. Agora, olhando de cima, só se vê duas filas de pessoas esperando para serem atendidas pelas autoridades da imigração. Quando seus casos passarem pela avaliação, o acampamento terá desaparecido.

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