O Senado aprovou, nesta quinta-feira, o projeto de lei que dá a opção aos clubes brasileiros de futebol de se transformarem em empresas. As instituições que aderirem poderão atrair investidores e estabelecer medidas de governança, controle e transparência. O autor do projeto é o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (Democratas-MG).
A partir de agora, a proposição segue para a análise na Câmara dos Deputados. O projeto de lei (5.516/2019) cria a Sociedade Anônima do Futebol (SAF), um modelo que concede aos clubes novas possibilidades de obtenção de recursos. Entre elas está a emissão de ações, debêntures, títulos ou valor mobiliário sob regulação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Atualmente, os clubes são qualificados como associações sem fins lucrativos. Com a mudança legislativa, pessoas físicas, jurídicas e fundos de investimentos poderão participar da gestão.
Entre os grandes clubes mineiros, América e Cruzeiro são os maiores interessados na aprovação do projeto no Congresso Nacional. Ambos têm a pretensão de se tornar Sociedade Anônima do Futebol o quanto antes.
O senador Rodrigo Pacheco ressalta que essas medidas vão proporcionar aos clubes que aderirem ao modelo demonstrar mais confiança, credibilidade e segurança aos investidores. futebol
A proposta elenca uma série de normas de governança, como a existência obrigatória do conselho de administração e conselho fiscal com regras claras de composição que evitem conflitos de interesses, auditoria externa das contas feita por empresa independente e a publicação das demonstrações financeiras na internet pelo prazo de dez anos. futebol
O presidente do Senado cita ainda que a matéria teve como inspiração modelos de negócios bem-sucedidos na Alemanha, na Espanha e em Portugal. O relatório do projeto, feito pelo senador Carlos Portinho (PL-RJ), acrescentou também modos de quitação das dívidas cível e trabalhista dos clubes ou pessoa jurídica original, que serão herdadas pela SAF, o que inibe a insegurança jurídica. futebol
A empresa pode optar, por exemplo, em fazer o pagamento por meio de concurso de credores ou de recuperação judicial ou extrajudicial. Pacheco ponderou que todas essas ações vão melhorar a gestão e aumentar as receitas, além de permitir que atletas atuem por mais tempo no Brasil.
“Essa proposta visa profissionalizar o futebol, criando regras de governança corporativa, a possibilidade de emissão de debêntures e até de ações da empresa proprietária do clube na bolsa de valores. Considero que isso vai salvar o futebol brasileiro. Vai salvar diversos clubes que têm muitas tradições, têm muitos valores, têm vontade de manter atletas no país e que precisam somente de gestão boa, empresarial e profissionalizada. Então, a instituição da SAF, além de melhorar o futebol no país, vai evitar esses desmandos que acontecem Brasil afora por conta da falta de profissionalismo do futebol brasileiro”, ressaltou Pacheco.
O presidente do Senado também cita a função social da proposta, que prevê a possibilidade de cada Sociedade Anônima do Futebol instituir um Programa de Desenvolvimento Educacional e Social, denominado de PDE, para, em convênio com instituição pública de ensino, promover medidas em prol do desenvolvimento da educação e do esporte.
A SAF que aderir ao programa deve investir na reforma, construção ou manutenção de quadra ou campo destinado à prática do futebol, na alimentação dos alunos durante os períodos de recreação futebolística e de treinamento, além da capacitação de ex-jogadores profissionais de futebol para ministrar e conduzir as atividades no âmbito do convênio.
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