A maioria dos brasileiros é a favor do impeachment do presidente Jair Bolsonaro, aponta pesquisa Datafolha divulgada pelo jornal Folha de S. Paulo neste sábado, 10 – 54% dos entrevistados disseram concordar com a abertura do processo na Câmara dos Deputados, ante 42% que responderam ser contra a medida. É a primeira vez que o índice de respondentes favoráveis ao impeachment fica acima do patamar de 50% desde que o Instituto Datafolha começou a fazer levantamentos sobre o tema, em abril de 2020.
O porcentual de pessoas que disse concordar com a cassação de Bolsonaro subiu cinco pontos desde a última pesquisa. Em levantamento realizado nos dias 11 e 12 de maio, essa taxa era de 49%, um empate técnico com o grupo contrário ao impeachment, de 46%.
Outro dado divulgado pelo instituto de pesquisas hoje indica que 63% dos brasileiros consideram o presidente incapaz de governar – a maior porcentagem desde abril do ano passado. Os que acreditam que Bolsonaro tem capacidade de governar são 34%. A mesma pesquisa também apontou que a rejeição ao governo atingiu o maior índice – 51% opinaram que a gestão federal é ruim ou péssima, ante 24% que acreditam ser boa ou ótima. impeachment
O Datafolha ouviu 2.074 maiores de 16 anos, de forma presencial, entre 7 e 8 de julho. A margem de erro é de dois pontos porcentuais, para mais ou para menos.
Resultados semelhantes foram encontrados em pesquisa Ipec divulgada no mês passado: o porcentual de brasileiros que rejeita o governo subiu de 39% para 49% de fevereiro para junho. Um terço dos eleitores de Bolsonaro em 2018 está arrependido e disse que não votará no presidente de jeito nenhum em 2022.
Suspeitas de corrupção na compra de vacinas, ataques ao processo eleitoral e manifestações de rua em diversas cidades do País chacoalharam o governo nas últimas semanas. A abertura de um processo de impeachment, no entanto, depende da aprovação do presidente da Câmara. O aliado de Bolsonaro Arthur Lira (PP-AL) rechaçou a possibilidade neste sábado: “Não temos condição de um impeachment para esse momento. O Brasil não deve se acostumar a desestabilizar a política em cada eleição. Não podemos fazer isso. Precisamos, talvez, alterar o sistema do Brasil para um parlamentarismo”.
No final do mês passado, movimentos e partidos de esquerda, siglas de centro, centro-direita e ex-bolsonaristas protocolaram um superpedido de impeachment com 46 assinaturas.
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