NASA: Brasil assina acordo espacial Artemis
Nesta terça-feira (15), o Brasil confirmou sua participação no programa espacial Artemis, da NASA, que visa levar “a primeira mulher e o próximo homem à Lua em 2024”. O país é o 12° a assinar o Acordo Artemis e o primeiro da América do Sul. A assinatura do documento aconteceu em cerimônia realizada em Brasília.
Com participação do ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação Marcos Pontes, do presidente Jair Bolsonaro e outras autoridades, o Brasil agora se junta a países como Austrália, Canadá, Itália, Reino Unido, Japão, Ucrânia e EUA.
O documento, explica, “estabelece um conjunto prático de princípios para orientar a exploração espacial entre as nações participantes” dos planos da NASA.
“Líder em exploração sustentável”
O administrador da agência, Bill Nelson, diz que a NASA “está ansiosa por este dia desde dezembro passado”. Ele se refere ao encontro do ministro Pontes com Jim Bridenstine, ex-administrador da NASA, onde ambos “assinaram uma declaração de intenções”.
“Ao assumir esse importante compromisso, o Brasil se posiciona para ser um líder em exploração segura e sustentável”, disse Nelson.
Para Pontes, a assinatura “é um momento histórico para o Brasil. Junto com os Estados Unidos e outros países teremos a oportunidade de explorar a Lua e iniciar infinitas outras possibilidades de cooperação internacional”.
Com um contrato de US$ 2,9 bilhões, a SpaceX do bilionário Elon Musk será a responsável por levar a missão tripulada até a Lua.
Nesta terça-feira, 15, o Brasil assinou o acordo de adesão ao programa Artemis, missão espacial liderada pela Nasa e os Estados Unidos, que quer enviar a primeira mulher e a primeira pessoa negra à Lua em 2024.
Outro objetivo do programa Artemis é estabelecer uma presença norte-americana permanente na Lua até o final desta década. A agência espacial quer “colonizar” o satélite natural para ter um lugar para astronautas (e, eventualmente, qualquer pessoa) ficarem antes de viajar até o planeta final: Marte.
A missão ambiciosa tem apoio do governo norte-americano. Só em 2009, o ex-presidente Barack Obama cancelou o projeto (que, na época, era uma versão diferente do projeto que conhecemos hoje), porque o plano “havia se tornado inviável”.
Uma versão do programa só foi reestabelecida em 2017 com o ex-presidente Donald Trump. Dois anos depois, o ex-vice Mike Pence anunciou que a missão seria acelerada em 4 anos, com pouso planejado para 2024.
Agora, na presidência de Joe Biden, a Nasa recebeu o maior “orçamento para a ciência de todos os tempos”, de acordo com administrador da agência espacial, Bill Nelson. São 24,8 bilhões de dólares para 2022, destinados para pavimentar o caminho para o próximo pouso humano na Lua.
Artemis I
O Artemis I será o primeiro teste integrado de todas as tecnologias desenvolvidas pela Nasa e outras empresas espaciais: a espaçonave Orion, o foguete Space Launch System (SLS) e os sistemas terrestres do Kennedy Space Center na Flórida. O voo não será tripulado e estava previsto para acontecer em junho de 2020, mas ainda não aconteceu.
“A espaçonave lançará o foguete mais poderoso do mundo e voará mais longe do que qualquer espaçonave construída para humanos já voou”, disse a Nasa em comunicado. A nave Orion viajará 450.000 quilômetros por cerca de três semanas e ficará no espaço sem se fixar a uma estação espacial.
“Esta é uma missão que realmente fará o que não foi feito e aprenderá o que não se sabe”, disse Mike Sarafin, gerente da missão Artemis I na sede da Nasa em Washington. “Isso abrirá um caminho para as pessoas que seguirão no próximo voo do Orion.”