O Radiotelescópio é Um dos instrumentos mais ambiciosos de astronomia já desenhado por cientistas brasileiros deve ter seu primeiro componente entrando em operação até este mês na Paraíba, em Campina Grande (PB). Este primeiro observatório é um protótipo de uma versão mais complexa que será instalada em Aguiar, no sertão paraibano, onde funcionará o radiotelescópio BINGO, que vai mapear uma faixa do céu buscando vestígios de matéria e energia presentes no Universo primordial.
O novo projeto consiste em captar radiação emitida por átomos de hidrogênio num período remoto, quando o cosmo tinha entre 7 e 11 bilhões de anos de idade (sua idade atual é de 13,8 bilhões de anos). A ideia é observar alguns sinais específicos da radiação cósmica de fundo, uma luminosidade que permeia o Universo como uma espécie de “eco” do Big Bang, a explosão que o originou. Paraíba
Liderado pelo físico Elcio Abdalla, da Universidade de São Paulo (USP), o novo observatório na Paraíba tem colaboradores de outras instituições brasileiras e de mais cinco países (China, Coreia do Sul, África do Sul, França e Reino Unido). Por estar lidando com um tipo de radiação muito específica, emitida de enormes distâncias, o BINGO terá um formato diferente daquele de radiotelescópios tradicionais, com estrutura de antenas parabólicas gigantes.
O BINGO possui dois pratos gigantes, grades de metal entrelaçado usadas para coletar e rebater ondas de rádio, por isso batizadas de “espelhos”. Um deles terá 45 metros de diâmetro, outro 38 metros. Nisso, ele é similar a outros radiotelescópios. O componente que o torna distinto são as antenas usadas para captar a radiação rebatida até um plano de detecção. Os cientistas usaram estruturas de alumínio apelidadas de “cornetas”, que lembram o formato desse instrumento musical. Paraíba
O nome BINGO é um acrônimo em inglês para uma expressão complexa: “Baryon acoustic oscillations from Integrated Neutral Gas Observations“. O título faz referência às “oscilações acústicas de bárions”, um tipo de vibração da matéria que existiu nos primeiros anos do Universo e ficou “impressa” na radiação cósmica de fundo. É como se ela fosse um “fóssil”, revelando como era o cosmo pouco depois do Big Bang. Paraíba
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