A operação, chamada Acurácia, faz parte da 14ª fase da Operação Descarte. O nome da operação é uma referência ao nome de uma das empresas envolvidas.
Ao todo, cerca de 50 policiais federais e servidores da Receita Federal cumprem oito mandados de busca e apreensão na Grande São Paulo e na cidade de Passos, no interior de Minas Gerais. As ordens judiciais foram expedidas pela 2ª Vara Criminal Federal de São Paulo.
Segundo a PF, os investigados simularam várias operações comerciais e financeiras inexistentes para desviar dinheiro de companhias que atuam na área de medicamentos para empresas de fachada.
Ainda de acordo com as investigações, as operações fictícias serviam para gerar dinheiro em espécie. Esses valores, então, eram usados no pagamento de propina a agentes políticos em troca de favorecimento na contratação das empresas por estatais.
A PF investiga também a participação de executivos, funcionários e sócios das empresas envolvidas nas operações simuladas. Eles poderão responder pelos crimes de associação criminosa, corrupção ativa e passiva, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e operação de instituição financeira sem autorização.
A Global ficou conhecida por ter firmado contrato com o governo federal para a venda de medicamentos de alto custo durante o governo Michel Temer. A companhia não fez a entrega dos produtos.
O Ministério Público move uma ação contra a Global e cobra R$ 119 milhões por danos coletivos pela não entrega dos medicamentos. O não cumprimento do contrato teria causado a morte de 14 pessoas que não receberam os remédios.
A companhia também já havia sido multada em R$ 2,3 milhões pela Petrobras por não entregar medicamentos comprados pela estatal que seriam distribuídos a funcionários.
Em nota, os advogados de Francisco Maximiano e da Global Saúde, Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso, classificaram a ação como “surreal” e “oportunismo”.
“Chega a ser surreal repetir a mesma busca e apreensão pela terceira vez em 13 dias, dessa vez para ir atrás de documentos sobre o que delatores disseram que teria acontecido sete anos atrás. Não há qualquer contemporaneidade ou qualquer elemento mínimo para justificar essa operação. O que há, sim, é um oportunismo, graças ao retorno da pirotecnia em torno das operações policiais que, em tempos racionais, jamais seriam deferidas pelo Poder Judiciário, ante a manifesta ausência de fundamentação.”
(*Com informações de Raphael Coraccini, colaboração para a CNN)
(Publicado por Daniel Fernandes
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